O QUE É O FERROMODELISMO – PARTE 1
O ferromodelismo ou modelismo ferroviário é um hobby, que consiste na construção de modelos de transporte ferroviário (trens, bondes, automotrizes, cenários etc.), em escala reduzida.

A história do Ferromodelismo :
Os primeiros passos do ferromodelismo são um tanto obscuros. Não se sabe ao certo de onde surgiu a ideia de miniaturizar os trens, mas isso ocorreu quando o mundo adotou massivamente o transporte ferroviário. As primeiras miniaturas de trens das quais se tem notícia, foram fabricadas por artesãos alemães na década de 1830. Essas miniaturas feitas de folha de flandres, material que facilitava a fabricação dos pequenos trens. Eles no entanto, eram frágeis não tinham partes móveis e eram empurrados sobre trilhos. Logo os franceses criaram sua versão do brinquedo, esta, sendo melhor decorada com pinturas mais sofisticadas, no entanto não corriam em trilhos. Ao invés disso, eram empurrados no chão. Berço da revolução industrial, os fabricantes de brinquedos ingleses encararam a miniaturização de trens de forma mais séria.
Já em 1840, os motores a vapor miniaturizados estavam disponíveis na Inglaterra, permitindo a criação dos primeiros trens em miniatura. A construção de um dos primeiros modelos movidos a vapor é atribuída a Sir Henry Wood. É interessante notar que os artesãos europeus dedicados à fabricação de instrumentos musicais foram os primeiros a se dedicar a fabricação de trens de brinquedo, e logo passaram a utilizar mecanismos de relógios para eliminar os problemas das primeiras versões a vapor. Modelos complexos feitos de bronze foram feitos para crianças de famílias ricas pela Newton & Co. de Londres, no entanto, não eram realistas, nem seguiam uma escala.

Esboço do primeiro modelo de trem em miniatura japonês, desenhado em 1921.
Em seguida vieram os “trens de brinquedo” que rodavam sobre trilhos; primeiro com sulcos, depois com trilhos reais montados à vontade, e permitiram os primeiros circuitos ovais, equipados com diferentes ramais, cruzamentos e mudanças de via. Naquela época, no entanto, esse modelos de trens eram “brinquedos de luxo”, em chapas de metal estampadas, perfuradas e/ou litografadas. Esse tipo de produto fabricado com folha de flandres, foi evoluindo até 1910, e era chamado genericamente de “tin plate” (literalmente “folha de estanho”), e as empresas: JEP, Hornby e Märklin, entre outras, faziam modelos miniaturizados em escalas entre 1:15 e 1:45, sem nenhum padrão estabelecido entre as diferentes marcas. Esse é um período em que esse material que reproduzia trens verdadeiros, é encarado como brinquedos, e não como modelos, não havendo nenhum compromisso com o realismo e os detalhes.

Em 1891, a Märklin apresenta um trem movido à mecanismo de relógio (corda), mas a maioria da produção é de trens de suspensão ou trens de chão. Esses modelos continuaram nos catálogos dos fabricantes até 1930.
Os modelos mais populares naquela época, eram “reproduções livres”, ou seja, não havia nenhum rigor ou compromisso com a exatidão das reproduções. Por exemplo: a locomotiva Pacific com seus seis eixos, foi, na maioria das vezes reduzida a dois eixos nas reproduções. Modelos de metal mais sofisticados existiam. Eles eram fornecidos por firmas especializadas, como a Bing com sua “Black Prince” de 1902; ou a “locomotiva especial n°2” produzida pela Hornby em 1929; ou por artesãos, como os franceses Fournereau, Gaume e Lequesne por exemplo; os primeiros modelistas ferroviários precisavam construir seus modelos completos a partir do zero. Os primeiros modelos mais fidedignos aos trens da época, eram praticamente artesanais, sendo vendidos a um preço que tornou esse passatempo uma atividade burguesa. No Japão, os amadores e artesãos construíam suas próprias réplicas, bastante fiéis às locomotivas originais, em latão, nas escalas I ou 0. Esses modelos, no entanto, tinham o status de arte eram usados para exibição estática em prateleiras.